Quanto mais nos distanciamos do marco inicial da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), mais normal nossa rotina volta à normalidade. Essa normalidade não é assinalada pelo espaço de tempo, mas sim pela forma em que a população passou a encarar o vírus no seu dia a dia atrelada a significativos avanços da abordagem médica diante de cada caso. Cito como exemplo o recente entendimento mais consistente do Ministério da Saúde definindo que o ideal é tratar o paciente o quanto antes, e não mais esperar o “paciente sentir falta de ar, para depois procurar uma unidade hospitalar”. Não é uma crítica aos modelos de abordagem no início e nesse atual estágio da pandemia, pois havia uma interpretação específica do vírus chinês naquele momento – imagine, por exemplo, se todos doentes resolvessem procurar uma unidade hospitalar num período em que mal se sabia quais eram os principais sintomas desse novo vírus, que são facilmente confundidos com outras doenças já existentes.
Superado parcialmente aquele “tranca tudo”, o país inteiro está aos poucos voltando à sua normalidade. E o que é mais interessante: sem a tal segunda onda de propagação, como os apocalíticos disseminaram. É claro que a população não pode achar que o tempo que ficou em casa lhe deu alguma imunização para o vírus, muito pelo contrário, é preciso intensificar as ações de prevenção ao contágio. Outra coisa que precisa se manter clara é que prevenção é uma ação conjunta entre governantes e população.
Enquanto não existe uma forma de barrar exponencialmente o avanço do vírus – nem mesmo a vacina tem esse efeito – o aumento de casos de coronavírus precisa ser encarado com serenidade. Sobre isso, traremos reflexões em artigo a ser publicado ainda nesta semana.
É importante salientar que essa volta gradual à normalidade não quer dizer que novos casos despencarão repentinamente, pelo contrário, pode inclusive, elevar os números, e isso depende de cada localidade. Notemos, por exemplo, que na região, o município de Euclides da Cunha tem um bom índice de enfrentamento à pandemia. Desde o dia 8 de abril, quando foi registrado o primeiro caso, o município confirmou seu 200º caso no dia 1º de outubro. Em período relativo, os municípios de Tucano e Ribeira do Pombal, que têm uma população um pouco menor, já confirmaram mais de 800 casos; Monte Santo, que também tem população menor, já somou quase 300 casos, e 50% mortes a mais.
A análise desses dados é complexa, pois depende de muitas variáveis. Euclides da Cunha foi um dos municípios com mais atividade econômica nesse período, com flexibilização do comércio cada vez maior. No último dia 30 de setembro, a prefeitura municipal publicou um novo decreto que flexibiliza de forma significativa a atividade econômica, tendo como limite os decretos estaduais, que são rígidos e não consideram a situação de cada município.
O fato é que já faz duas semanas que a feira livre semanal voltou ao dia de sábado e pelo terceiro final de semana seguido o funcionamento de bares foi liberado com alguns limites.
Quando foi divulgada dessa flexibilização do comércio criou-se uma narrativa que os novos casos iam “explodir”. Houve um aumento no número de contaminados, claro, mas não dá para fazer uma associação direta, pois, como fora dito antes, existe muitas variáreis importantes para determinar expansão ou controle do vírus. Devemos observar, por exemplo, que na zona rural esses noves meses de pandemia foram menos dramáticos para a população.
Sempre que possível, o site euclidesdacunha.com tem reportado no Giro Euclides a uma referência quantitativa de pessoas e veículos em circulação como marcadores do funcionamento dos setores comercial e financeiro na cidade. O que se observa é uma atividade econômica mais intensa e sem muita correria para os consumidores.
No Giro Euclides deste sábado, 3, dia da tradicional feira livre, a cidade fluiu mais próximo da normalidade, com a presença de muitas pessoas da zona rural e de outros municípios circunvizinhos. Neste domingo, 4, o Giro Euclides é da Praça Duque de Caxias, cartão postal da cidade, onde, no período da noite, muitas pessoas estiveram presentes, seja em bares, seja em restaurante ou pizzarias. Fora da sede estiveram em foco as atividades eleitorais.
ISSO AI NÃO MERECE COMENTÁRIOS ESSA É MAIS UMA PROVA DA FALTA DE CULTURA DO NOSSO PAIS .