Olá, pessoal
Certa vez, um passarinho ainda filhote foi retirado do ninho de seus pais para ser posto em uma gaiola de um senhor que “colecionava” aquelas vidas tão frágeis.
O passarinho cresceu e a gaiola era todo o seu mundo. E entre as coisas que ele mais fazia, cantar era sua preferida.
Todos naquela casa amavam o passarinho e sua música clássica e, como recompensa, davam a ele a melhor porção de comida e os melhores afetos. Contudo, mesmo tendo tudo, o passarinho de penas azuis e de um fôlego invejável sentia que algo lhe faltava.
Quanto mais ele amadurecia, mais ele entendia a profundidade do seu vazio. Ele se apegava a sua música, as pessoas que conhecia, aos outros passarinhos, só que nada disso era suficiente. Ele tinha tudo, segurança, admiração e importância, só que o passarinho azul vivia sentindo que aquilo não lhe acrescentava nada.
Até que um dia, ao amanhecer, o passarinho não quis mais cantar. Seu dono, estranhando aquela atitude, achou que ele estava doente. E o retirou da gaiola para examiná-lo. Ele foi levado para um quarto nos fundos do quintal e na travessia o passarinho viu algo que nunca tinha visto: o lado de fora de sua gaiola. Ele não resistiu, soltou-se da mão do seu dono e voou até o teto.
Ali em cima, ele teve uma visão mais ampla sobre sua condição. Ele passou a vida toda acreditando que a gaiola era tudo, mas ela era apenas uma parte ridiculamente pequena do que sua vida poderia ser.
Ele despertou! “quanto tempo perdi”, dizia o passarinho, “mas achava que eles me amavam, porque afinal mentiram pra mim?”, questionava angustiado e com raiva. E depois de pensar bastante, foi até sua gaiola, viu a portinha aberta e seu dono querendo pô-lo de volta. Seu coração amoleceu, mas entendendo que não servia mais para estar preso, o passarinho foi embora.
O passarinho somos nós, a gaiola são as desculpas que nos impedem de sermos felizes e o dono do passarinho é o medo que desde novinho nos condiciona a se contentar com tão pouco da vida.
Ele sentia falta de viver e de ter escolhas, por isso que se você nunca assumir os riscos das decisões que deve tomar, o medo fará da sua vida uma gaiola.
Psicólogo Luan Santana
CRP: 03/11290